Tachos, biberões, lençóis e flor de laranjeira palavras hoje substituídas por laptop, meetings, viagens, lipoaspiração e relações ocasionais. Não só no vocabulário do chamado sexo fraco no velho continente, mas também no modus vivendus delas.
Lá se vão os tempos em que o casamento era o “sonho” das mulheres. Cada vez mais elas procuram singrar na profissão. Deixam de pilotar o fogão, como se diz, e passam a pilotar os computadores dos seus locais de trabalho.
Há algumas milhas deste “mundo” o cenário é bem diferente. O velho sonho ainda desfila pelo cérebro da maioria das mulheres: encontrar o marido ideal, ter filhos, enfim o lar! Embora já comecem a aparecer, até em número considerável, as que se desligam deste universo ou então tentem conciliar o laptop e fogão.
Estas mudanças de comportamento estão a influenciar fortemente a composição mundial nas diferentes perspectivas. O crescimento populacional é uma delas.
A Europa é o continente que apresenta as mais baixas taxas de natalidade. Até ao momento nenhum país europeus atingiu o chamado "nível de substituição" da média de 2,1 filhos por mulher, através do qual a geração dos filhos pode substituir a de seus pais.
De acordo com a análise demográfica do Instituto Max Plank de Rostock, na Alemanha, todos os países europeus apresentam a taxa de natalidade baixa demais para manter o seu nível populacional. O estudo indica ainda que na origem desta situação está o adiamento da formação familiar devido à formação profissional. A crescente inserção da mulher no mercado de trabalho também contribui para uma constituição tardia da família, pois esta não é compatível com questões domésticas. O aumento do investimento na educação dos filhos e a desvalorização de orientações religiosas também têm a sua cota de responsabilidade nesta situação.
Já no continente das mil e uma cores as tradições ainda são os pilares fortes em qualquer instituição. Por isso o casamento ainda não começou a ser visto como coisa de outro mundo, afinal ele também trás vantagens para as famílias. Os filhos também servem de mão de obra para ajudar no sustento familiar.
A frequente pratica deste tipo de união contribui, em certa medida, para que as taxas de natalidade em África sejam as mais elevadas do mundo. Sem contar que este tipo de ligação é feita muitas vezes de forma precoce. A contribuir para este Boom está também o analfabetismo que se coloca como uma barreira no acesso ao planeamento familiar.
Se por um lado dirigir laptops trás também realização profissional as mulheres, por outro o casamento tardio ou a falta deste tem muitas outras conseqüências nefastas. Por exemplo; dificulta o amadurecimento do individuo aumentando assim uma forma individualista de ser que depois se fossiliza, por terem levado uma vida de forma descomprometida dificilmente conseguem viver em comunhão, o que origina mais facilmente o divórcio, e este por sua vez favorece o surgimento de relações poligâmicas deixando a mulher em posição desfavorecida. A lista de pontos negativos é infindável.
Já dizia o escritor Oscar Wilde, no seu livro "O Retrato de Dorian Gray" que
a “A verdadeira desvantagem do casamento é que nos despoja do egoísmo. E as pessoas que não são egoístas são absolutamente desinteressantes. Falta-lhes individualidade. Contudo, há certos temperamentos que se tornam mais complexos com o casamento. Mantêm o egotismo e acrescentam-lhe muitos outros egos. São obrigados a ter mais que uma vida. Tornam-se mais eficientes na sua disciplina, e uma organização eficiente é, segundo creio, o objectivo da existência do homem. Além disso, toda a experiência é válida e, por mais que se fale contra o casamento, não deixa de ser uma experiência.”
Será que o egoísmo é uma “doença” a ser eliminada?
Escrito para a Revista Essencial (Não sei se foi publicado...)
Nádia Issufo
Olá, Nádia,
ResponderEliminarAdorei os seus textos. Foi um prazer tè-la conhecido hoje.
Abraço
Oi Arlete,
ResponderEliminarMuito obrigada... Também gostei de te conhecer, és simpática. Espero que possamos manter contacto, por aqui, pelo teu blog, e de outras formas, claro! E obrigada por me "seguires", he, he, he...
Bjos