sábado, 30 de janeiro de 2010

Selecção do Togo: duas vezes prejudicada

A selecção de futebol do Togo foi hoje suspensa  das duas próximas edições da Copa Africana de Nações, CAN, em Angola, e será multada por se retirar do campeonato deste ano. O castigo foi aplicado pela Confederação Africana de Futebol que justifica que tomou esta decisão porque o governo togolês desrespeitou a federação ao ordenar o regresso da equipa ao país, apesar da selecção ter manifestado o desejo de continuar na competição, depois do ataque que sofreu no enclave de Cabinda, em Angola, quando seguia viagem para participar do CAN 2010 que amanhã termina. A multa será de 50 mil doláres. A FIFA não quiz comentar esta decisão... Esta notícia gira o mundo hoje!
Embora não tenha memória de elefante recordo-me perfeitamente que a primeira reacção desta selecção depois do choque do ataque foi de abandonar a competição e até apelar as outras equipas do seu grupo de qualificação a retirar-se igualmente da competição...

Dois presentes para a turma togolesa: o primeiro no começo do CAN 2010, com o ataque da FLEC, e o segundo, no fim, com uma suspensão e multa!
Como uma vítima consegue se tornar um violador...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Uma das tuas Verdades

Grita tu
Agride tu
Violenta tu
Destrói tu
Mas tudo isso só porque a verdade é a verdade...
Quanto mais saliente te tornas
Mais me acolho em mim mesma
Nas reentrâncias que só sei descobrir nesses teus momentos
Que só me trazem silêncio
Silêncio
Silêncio
E silêncio...
Mas a verdade não se intimida com os decibeis da tua voz
Com as tuas contundentes palavras
Nem com a fúria manifestada pelo teu corpo através dos teus olhos...
Que eu conheço muito bem...
A verdade está lá...
A tua espera...
Quando as águas da tua alma estiverem menos turbulentas...
Ela tem a certeza absoluta de que a vais encontrar e  reconheçer claramente...
Porque a conheces muito bem!
Mas não procures o que não deves...
Subterfugios...
Só a verdade...


NB. A violência também pode ser uma reacção negativa a aceitação da verdade
A verdade universal...
A nossa verdade...
A tua verdade...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Economia moçambicana: As áreas nubladas

Em Moçambique os doadores devem cobrar resultados do governo e fazê-lo sentir as consequências se o dinheiro por eles disponibilizado não fôr bem aplicado. Quem assim o diz é o economista e consultor alemão, Friedrich Kaufmann. O consultor acrescenta que se tal não acontecer os doadores correm o risco de perder credibilidade...
Os cerca de onze anos que passou em Moçambique conferem-lhe autoridade para fazer estas constatações. Friedrich Kaufmann trabalhou no GTZ, a cooperação técnica alemã, em Moçambique. O consultor realizou uma pesquisa intitulada "Estimular Empresários" (http://www.inwent.org/ez/articles/154528/index.en.shtml), em pareceria com Winfried Borowczak, onde apresenta alguns pontos problemáticos que afectam o sector económico do país. Um deles é a actuação do doadores nesta área. Conheça os pontos de vista de Friedrich Kaufmann:


NI: Em que medida as leis e regulamentos em Moçambique constituem um empecilho para o desenvolvimento económico?
K: Leis e regulamento são necessários numa economia para por normas, regular a competição dentro dos mercados, mas se estas forem exageradas então os custos para os empresários podem se tornar altos demais, limitando ou proibindo assim transações no mercado. Os economistas falam de custos de transação. Temos de ver um ponto equilibrado de regulamentação, não exagerar, e não fazer pouco, mas com qualidade. Este é o grande desafio para qualquer governo.

NI: Quais são os factores que minam o desenvolvimento do sector privado?
FK A regulamentação é um deles. Ainda temos em Moçambique muita burocracia, às vezes exagerada, às vezes a implementação não é correcta e não acontece com igualdade. Este é um ponto muito importante, se temos leis, regras e normas, então têm de se aplicar para todos da mesma maneira. Não fazer de forma estrita para uns e para outros nada. Isto constitui uma desmotivação, um problema de igualdade e dos custos ao final do dia. Outro problema tem a ver com a falta de qualidade e quantidade de factores de produção em Moçambique como infra-estruturas, mão de obra qualificada, coisas como água, energia, formação. Estes ainda são pontos fracos, sobretudo para pequenas e médias empresas são factores limitantes muito importantes.

NI: Diz no seu artigo, de uma maneira resumida, que o poder político está intimamente ligado a economia do país. Até que ponto este açambarcamento da elite política moçambicana é negativa?
FK: É um assunto muito complexo. Em principio não tem que ser negativo porque num país em vias de desenvolvimento a classe política ao mesmo tempo, como mostra a história, também pode ser a classe empresarial porque acumula capital. O grande desafio nestes contextos é abrir os mercados, garantir igualdade e justiça para todos. Então, um político que ao mesmo tempo é empresário não devia ter privilégios que proíbem aos outros que não tem estas ligações, estes contactos, ou possibilidades como políticos, sofram. E temos uma competição em pé de desigualdade. Assim, o político torna-se quase monopolista porque ele tem maneiras de limitar a concorrência de outros empresários. Então nesta fase de transição de uma economia e de desenvolvimento, é quase normal que a classe política que tem capital, que talvez tenha uma formação boa, possa ser empresária. O problema é que em muitos países é que esta classe política usa a sua posição na política para ter privilégios como empresários...

NI: Estamos a falar de tráfico de influência?
FK:Acho que é um termo apropriado para descrever este fenómeno.

NI. Como conhecedor da economia moçambicana pode dizer que falta transparência nas transacções?
FK: Sim, falta transparência. No caso de Moçambique há muitas queixas que os grandes contratos das minas, dos recursos naturais, não são públicos, não são conhecidos. O governo faz contratos com investidores tipicamente estrangeiros que tem capital, muitos políticos participam neste tipo de empresas, mas o público, a oposição e a sociedade civil não conhecem as condições, não sabem quem participa como, quem beneficia, quais as condições do contrato. Este é um exemplo da falta de transparência.

NI: Na sua publicação diz que a divisão de papeis entre Estado, o sector privado e a sociedade civil é muito nublado. A quem cabe, na sua óptica, a tarefa de clarificar e corrigir isto num país onde os órgãos decisores e que arbitram são nomeados indicados pelo poder político?
FK: No caso de Moçambique temos leis e uma Constituição que definem de uma maneira boa, acho eu, as funções, os papeis, e as responsabilidades. Só que na pratica, o governo, os partidos e os responsáveis estão a seguir ou respeitar estas regras. Então, uma das prioridades seria constituir um Estado de direito em Moçambique. E como o governo nem sempre segue este caminho, e num país como Moçambique que depende da assistência financeira e técnica dos doadores de outros países, os doadores também tem um papel importante para insistir no cumprimento de certas regras e da constituição de um Estado de direito, onde também o próprio governo, empresários que são políticos, tem de seguir estas regras. Fala-se muito também de conflito de interesses, que em todo o mundo é um grande tema quando os políticos se aproveitam da sua posição, entrando em conflito entre mandato e interesses privados. Neste caso considero que os doadores deviam tomar uma posição clara e mais firme.

Esta foi uma entrevista concedida a Deutsche Welle, a Rádio Internacional da Alemanha.

Pode ouvir parte desta entrevista em : 
http://www.dw-world.de/dw/0,,9585,00.html selecionando a emissão da noite do dia 26 de Janeiro de 2010.
Se quiser pode também ouvir uma peça com base na mesma entrevista no mesmo site procurando a emissão da noite de 12 de Janeiro.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Haiti: quando a esmola é demais o cego desconfia...

Em hipótese alguma vejo com maus olhos o apoio que a comunidade internacional está a dar ao povo haitiano. Muito pelo contrário, afinal este vive momentos dificeis (mesmo antes do terramoto) que não posso imaginar por mais esforço que faça, por mais imagens chocantes que veja nos medias, por mais relatos de provocar dó que tenha ouvido, que muitas vezes parecem mais um show para garantir simplesmente audiência, e apesar de ter passado pelos horrores de um tremor de terra uma vez na minha vida que graças a Deus não fez vítimas humanas.
Mas algo neste processo de ajuda deixa-me com uma pulga atras da orelha... São, anormalmente, muitos paises a quererem prestar a sua solidariedade no terreno, é uma corrida para o Haiti muito marcada pela presença militar e as ONGs a reclamarem de que não lhes é dada a possibilidade de entrar no país com ajuda humanitária enquanto a população vai se acabando, são os países ricos a trocarem acusações sobre tentativas de monopólio, enfim!
As notícas sobre a situação pós-terramoto chegam-nos em avalanche, mas contraditórias as vezes, tornando-se difícil, no meu caso ter uma noção mais "realista" sobre a situação no Haiti. Mas pior do que isso, é que infelizmente ainda não parei para entender o país antes do terramoto. Como era o Haiti? sob todos os pontos de vista digo eu. Quais os interesses externos sobre este país? Bem, posso pesquisar e depois continuar a escrever. Mas por enquanto só estes factos já colocam vários pontos de interrogação na minha recalcada cabecinha... mas...

O terramoto foi uma Brecha da mãe natureza bem-vinda para alguém?
Claro que não me atreveria a dizer que algum país quer tirar beneficio em cima da desgraça alheia, mas... quero perceber a razão deste "show off"... desta disputa...

Sugiro que escute a música de Márcio Faraco intitulada "Dor na Escala de Richter" em: http://www.youtube.com/watch?v=1bYATyDG6tQ  ou então veja a letra em: http://letras.terra.com.br/marcio-faraco/1548019/
Vale a pena!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Raci contra-natura


Sonhei-me em Nampula, norte de Moçambique. Mas não amanhã de verdade, amanhã de muito longe mas muito longe mesmo... Desconfio que no século 22. Eu Raci, original de Inhambane. Ungu muti uwe? aquela que os homens moçambicanos dizem que gostam porque aceita dar uma rapidinha encostada no muro de caniço sem salamaleques nenhuns... Mas sempre submissa, mulher de um homem só e muitas vezes para o resto da vida e se calhar da viuvez (porque acredito que a viuvez costuma ser mais longa que a morte em alguns casos). Como posso me ver em Nampula?
Sim, me vi pela milésima vez sentada naquela mesa de doze lugares. A mesa perseguidora... com patas mais velozes que das chitas! O móvel que dominou os meus sonhos agora confessáveis...
Uma mesa muito habitada...
Uma mesa rica em segredos, onde cada habitante mais velho partilha segredos comigo,
Eu, Raci, tenho segredo com muitos homens...
Onde a cebeceira é o meu lugar. Eu Raci, serena, dominadora da situação a olhar para os meus seis filhos... E para os respectivos pais numa noite de natal (os cristãos do norte até agora não decretaram falência apesar do domínio do Islão na região). Cada cria ladeada do seu pai; pai-filho, pai-filho, pai-filho...
Cada progenitor a espumar, não sei se de raiva, de ciúme, de impotência...
Sinceramente no meu sonho não tinha interesse e nem tempo para saber, afinal a noite não é tao longa assim! Graças a deus neste caso...
Mas os homens de Nampula sentem ciúme, raiva, impotência nestas situações?
Não acredito que eram Makhuwas... Ou eram Makhuwas evoluídos, aprenderam a sentir essas coisas. Estavam no século 22...
Mas não interessa se eram Bitongas ou Makhuwas, no meu sonho eles são só homens e tem a oportunidade de ter esses sentimentos na sua mais alta expressão...
Haja generosidade no século 22!
E eu Raci estou bem, álias, sempre muito bem!
Senhora de mim e da situação
Terminada a ceia e o convívio é hora das crianças dormirem e os seus progenitores se retirarem da minha área de juridisção! Preciso de privacidade, outros afazeres que nessa altura já não devem resultar em bebés...
Também já não posso comprar uma mesa maior! Até porque não caberia na minha sala...

(Essa médica disse que os níveis de testosterona estão altos em mim... Pôrra! só se esqueceu de dizer desde quando e quais os efeitos... he, he, he... Acho que vou desistir da medicação...)

Cabinda: Demasiado obvio!

Mas não dá pra ficar de boca fechada, ou com os dedos longe dos teclados...
O governo angolano não esperou pelo final do CAN 2010 para começar as sua acções em Cabinda. Raul Tati, ex-vigário geral da Diocese de Cabinda, foi detido neste sábado acusado de crime contra o Estado. Também o advogado e activista dos direitos humanos, Francisco Luemba, foi detido neste final de semana.
Se já antes irregularidades vinham acontecendo nesta região, como a detenção de jornalistas, agora com o ataque a turma togolesa de futebol, as coisas tornar-se-ão mais complicadas, valendo o sistema "Tudo que é peixe cai na rede" como já se está a comprovar.
Com o fim do CAN, o que irá, de VERDADE, acontecer em Cabinda?
e a comunidade internacional que defende os direitos humanos e democracia continua a fazer vista grossa em nome do petróleo.
Que vergonha!!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Retirada de Dadis Camara da Guiné é sinónimo de fim da crise?

Os destinos da Guiné Conacry parece que já estão a ser desenhados. Primeiro o presidente interino do país, Sekouba Konaté, viajou para Marrocos, onde esteve hospitalizado o presidente do país, Moussa Dadis Camara, depois de um atentado perpetrado pelo seu ajudante de campo. A França e os Estados Unidos da América fizeram saber depois disso que não querem ver o presidente do país regressar a casa. Sekouba Konaté tem se movimentado para que a oposição e os ministros demissionários sintam que tem espaço no país, a prova disso foi o apelo ao regresso de algumas figuras a Guiné. Hoje a oposição e sociedade civil já escolheram nomes que poderão liderar um governo de transição, mas querem a aprovação de Konaté, enquanto as eleições não acontecem. E finalmente, Dadis Camara não regressa ao país, ele vai para Burkina Faso repousar, onde tudo se cose não sabemos com que linhas...
De acordo coma Lusa “Um acordo para pôr fim à crise na Guiné-Conacri foi hoje assinado em Ouagadougou, prevendo a "convalescença" no estrangeirodo chefe da junta militar, Moussa Dadis Camara, e eleições dentro de seis
meses.”
A União Africana está satisfeita com o rumo que a situação está tomar. Recorde-se que este organismo suspendeu a Guiné-Conakry das suas actividades depois da tomada do poder pelos militares em finais de Dezembro de 2008, na sequência da morte do então chefe do Estado, o general Lansana Conté, e dando-lhe um prazo de três meses para voltar a um governo civil.
Quem também está satisfeita com o desenrolar dos factos é a França que através do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Bernard Kouchner, disse, num comunicado, que o país se encontra numa verdadeira rota rumo a um Estado de direito. Kouchner disse que vai apoiar estes esforços por parte da actual liderança da Junta Militar e, nesta nova abordagem, pode retomar a sua cooperação”. Recorde-se que depois do atentado contra Dadis Camara, houve uma certa crispação entre a Junta Militar e a França. A Junta Militar acusou a França de tentativa de interferência nos assuntos internos da Guiné.

Que peça de xadrez é o general Sekouba Konaté?
Militar profissional aparece como o salvador da arruinada Guiné trazendo o sopro da esperança depois de um período tumultuoso. Diz-se que não tem ambições políticas. Desde que assumiu os comandos do país, interinamente, tem mostrado querer seguir o caminho da estabilidade e paz. Começando pelos seus discursos, passando pelo apelo ao regresso de figuras políticas ao país, entre outras coisas. Também terá sido ele a levar a mensagem ao presidente Dadis Camara, no Marrocos, de que ele era persona non grata na Guiné Conacry. Mensagem dos Guineenses ou da comunidade internacional?

Posições divididas
Enquanto uns festejam o facto do presidente Camara não regressar ao país, outros organizam manifestações exigindo o seu regresso e recuperação no país. Mesmo que o país venha a viver uma situação de estabilidade algo nefasto está latente. Viverão então eles em situação de pseudo-estabilidade, que provavelmente terá um prazo de validade curto, (uma vez que a sua natureza assim o dita...) suspeitando que a médio prazo a tensão falsamente controlada atinja o píncaro e o país volte a viver situações de crise.

Recorrência
Esse apoio que Dadis tem no país pode vir a ser usado para que se erga novamente amanhã? (Ou então para o surgimento de uma "versão dadisiana melhorada"?) Apoio de alguns militares ele tem, a prova disso é manifestação de uma certa ala pró-Dadis no país, e pode jogar com o apelo étnico, provavelmente uma das armas mais perigosas de que o país dispõe. Mesmo que na memória dos guineenses esteja viva a ferida das recentes violações...

Quem pode resolver a questão do poder militar intimamente ligado a questão étnica na Guiné?
De certeza que não é a França e nem os Estados Unidos da América que vão conseguir resolver isso. O máximo que provavelmente lhes interessa é ver restituido o Estado de Direito, respeito pela Constituição, Democracia, etc...
Um passo muito importante, sem sombra de dúvidas, mas que neste caso não singnifica tudo...
Esta fraqueza da Guiné Conacry precisa de ser sanada, caso contrário continuará a ser usada internamente e externamente para a sua auto-destruição em nome de muitos interesses.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O Segundo Mandato de Guebuza

Armando Guebuza, amado por uns e nem tanto por outros... Mas conseguiu um segundo mandato para presidir Moçambique. Hoje Guebuza foi re-empossado no cargo.
Iniciou o seu mandato como presidente da República de Moçambique em Fevereiro de 2005 hasteando a bandeira da luta contra a pobreza e do deixa andar. Apostou na agricultura e na criação de instituições para acabar com a corrupção e inércia das instituições do Estado para sustentar essas bandeiras. E por causa disso mudou ministros como quem muda de roupa e atropelou algumas normas do país. Também nomeou ministro de todos os quadrantes do país, facto nunca antes visto em Mocambique, pelo menos na dimensão em que o fez, era a afirmação da unidade nacional.
Foi a esperança de muitos a quando da sua eleição. Hoje já não são tantos que depositam confiança neste homem. A forma como tem gerido o país, considerada arrogante, e a sua crescente presença no mundo dos negócios no país criam actualmente um certo descrédito em relação a Armando Guebuza.


Continuidade: Luta contra a pobreza, corrupção e deixa andar
Novidade: Incentivo a associação e criação de empresa

O patólogo...

Um famoso e próspero criador de patos moçambicano apelou ao povo da sua terra a seguir o mesmo caminho que o seu. Reunir-se em associação e criar empresas... Só que se esqueceu de dar a formula para que os candidatos a empresários consigam ser homens de sucesso...
Ha de ser uma fórmula mágica, porque não conheço criador de patos que tenha enriquecido tanto! A minha avó, coitada, sempre criou aqueles seres que passam a vida a cagar e a comer até sabão e continua lá... O máximo que conseguiu foi levar esse animal à mesa e olha que a sua carne nem sempre é fácil de mastigar! Mas até que um chacuti de pato é muito saboroso...
Ai, ai, ai...

NB: Não sei se existe o nome “patólogo”, mas a minha colega CC criou a palavra e eu me apropriei dela!!!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Filho, é feio apontar o dedo...

Ou será que não?
Lê-se na Lusa hoje: Angola tem responsabilidade no ataque de sexta-feira contra o autocarro da selecção do Togo porque conhecia "o risco de ataques terroristas no seu território", disse hoje o organizador do Mundial de Futebol 2010, Danny Jordaan. Todas as dúvidas dos membros de missão foram colocadas num relatório enviado à CAF, acrescentou Danny Jordaan.
Finalmente alguém aponta o dedo acusador a Angola... Jordaan naturalmente não quer ver o seu mundial associado a este caso e já se distancia atribuindo responsabilidades. Sim, porque o mundo que já desconfia da capacidade dos africanos de realizar com sucesso qualquer coisa, viu no caso do Togo uma brecha para reactivar as suas duvidas.
Mas tristemente nenhum outro governo o fez, muito pelo contrário, de África chegam discursos condenátorios ao acto e com razão! Foram vidas humanas que se foram, e nenhuma causa, por mais nobre que seja, justifica isso. Os grandes defensores dos direitos do Homem e da Democracia estão a querer cortar as pernas a FLEC, também com motivo. Hoje o ministro do interior britânico disse que as autoridades do seu país poderão impedir a entrada no país do líder das Forças de Libertação do Estado de Cabinda/Posição Militar (FLEC/PM), Rodrigues Mingas, por "razões de segurança". Também na França o estatuto e o lugar de residência de Rodrigues Mingas estão em curso de verificação.

O silêncio da comunidade internacional...
Não sei de nada, não me digue nada, não vi nada! Tragam-me cá esses terroristas da FLEC e ponto final!
Ainda esses gajos me fecham as torneiras e está tudo lixado...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Angola: É preciso saber descer!

As autoridades angolanas ainda não desceram do pedestal, ainda não estenderam a mão a selecção togolosa e nem as restantes selecções africanas depois do ataque que matou dois jogadores togoleses e um motorista angolano na passada sexta-feira. Apesar de todos os discursos, movimentações, promessas e tudo o resto.
É uma vergonha!!! A sua atitude ultrapassa os limites do que pode ser considerado concebível nas relações de solidariedade, fraternidade e RESPEITO. Aliás, que são todos os elementos subjacentes a maior festa africana de futebol que Angola tanto se esforçou para acolher!
O presidente angolano, José Eduardo dos Santos, disse a propósito o seguinte: "Um ataque terrorista teve lugar perto da fronteira entre o Congo Brazzaville e a província de Cabinda e causou a morte de dois membros da delegação togolesa. Condenamos este acto vergonhoso, mas a competição em Cabinda vai continuar em homenagem a estas saudosas figuras do desporto africano e internacional." Ler mais em: http://www.panapress.com/freenewspor.aspcode=por008777&dte=10/01/2010
Também o primeiro-ministro, Paulo Kassoma, apresentou condolências a selecção do Togo neste sábado em Cabinda e prometeu reforçar as medidas de segurança. Este limitou-se a lamentar a desistência da formação togolesa e , claro, pedir, NESTE MOMENTO, apoio ao seu povo para que os "palancas negras" ganhem o CAN! Mais sobre o pronunciamento do ministro pode ser lido em: http://jornaldeangola.sapo.ao/16/70/prova_continua_como_previsto
Quer num, quer noutro pronunciamento faltou a palavra DESCULPA.
Não vale de nada tentar esconder a sua CULPA (que seguramente eles pensam que não tem..) neste acto, ou pior, ser ARROGANTE a tal extremo que se tornem cegos a sua PRIMEIRA E MAIOR FALHA. Afinal chegou a hora de reconhecer que Cabinda não deveria ter sido escolhida como uma das sedes do CAN 2010 e ponto final!
O facto de formação do Togo ter ou não atravessado a fronteira, fazendo um percurso perigoso, não é na verdade a ORIGEM da questão, pode no máximo ser considerada uma CONSEQUÊNCIA. Portanto, pensem bem antes de chamar terrorista aos homens que cometera este acto porque o maior TERRORISTA é o governo angolano que escolheu Cabinda para acolher a festa do futebol!
Então, não atirem o pesado fardo para quem não tem culpa...

sábado, 9 de janeiro de 2010

Rotatividade Masculina

Fase preparatória:
CENA 1
Algures no grandioso continente...
Noivo: Vou tomar um leite e vou dormir...
Algures no velho continente...
Noiva: Quero tanto estar ai... para cuidar de ti, fazer o teu leite, cuidar da tua roupa e fazer-te uma massagem quando voltas do serviço...


CENA 2
Filho: Feijão outra vez??
Mãe: ...
Filho: Mas sabes que eu não gosto!
Mãe: Está bem... então vou fazer uns ovos pra ti...
Filho: depois trazes-me para o quarto.

Fase clássica:
CENA 3

Esposa: Apetece-me comer uma boa feijoada hoje!
Esposo: Pelo amor de Deus! Isso cá em casa não!
Esposa: Tu podes não comer mas eu como! E também podes comer outra coisa...

Dias depois...
Esposa:
O patrão vai ficar fora uma semana, Dona De faz feijão para mim por favor
Dona De: Sim... quantas chávenas?


Fase pós fim:
CENA 4

(É do filme brasileiro "Divã" de José Alvarenga Jr.)

Ex-mulher: Toda a vez que vejo você com a Soninha...
Ex-marido: Silvinha...
Ex-mulher: Desculpa... Toda a vez que vejo você com a Sidinha...
Ex.marido: Silvinha!
Ex-mulher: Toda a vez que vejo você com a coisinha...
Ex-casal: Risos...
Ex-mulher: Desculpa, é que me dá uma pontinha de ciúme. Também não é nenhuma tragédia, é coisa de ex-mulher...
Ex-marido: Mulher ciumenta!
Ex-mulher: Parece que eu peguei num vestido muito especial, um Armani, e emprestei a uma amiga e ela usou o vestido e ele ficou muito mais bonito nela do que em mim. Depois ela foi a uma festa e sujou o vestido; deixou cair vinho no vestido, lambuzou o vestido. Mas o vestido continua muito mais bonito nela do que em mim...
Ex-marido: Você se arrependeu de emprestar o Armani para essa amiga?
Ex-mulher: Não, mas ela tem de cuidar muito bem dele para merecer!
Ex-marido: Se não?
Ex-mulher: Eu pego de volta!!
Ex-casal: Risos...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Está quente na Tabanka de Guiné

Afinal Bubo Na Tchuto não vai nem para Angola nem para Cuba... Fica mesmo na "Tabanka" segundo decisão do governo da Guiné-Bissau e da delegação da ONU no país. As Nações Unidas sabiamente entregaram o assunto as autoridades bissau-guineenses, cabe a estas agora fazer com que o contra-almirante saia das instalações da ONU onde se encontra refugiado...

Julgado ou Morto?
Com esta decisão as autoridades não tem outra saida se não julgar Bubo Na Tchuto. Levanto novamente a questão: Quem está interessado em que este homem seja julgado no país?
Certamente que muitos não estão... Talvez para estes "muitos" seria mais conveniente o fim do contra-almirante, já que este não conseguiu "passagem" para Angola ou para Cuba... Se bem que não acredito que este estivesse interessado em gozar das maravilhas que estes países oferecem as vantagens geográficas que a sua Tabanka disponibiliza...

Os Balantas
Bubo Na Tchuto é Balanta, a maior etnia do país. Os Balantas são a mioria no exército e tem poder. Esta etnia tem tradição de guerra... já dos tempos da luta pela independência fizeram o seu nome. Mais recentemente grandes patentes Balantas recrutaram os seus irmãos para o exército.

O que significaria eliminar o contra-almirante?
Na pior das hipóteses, uma repetição de assassinatos a semelhança do que aconteceu em 2008...
Não consigo visualisar cenário menos "negros" por enquanto desculpem-me...
Mas posso fantasiar mais um pouco e ver mais do que um ambiente de tensão e medo que já se instalou em Bissau...
Dará esta situação segurança e estabilidade ao contra-almirante?

CAN 2010 mergulhado em sangue...

Está tudo em ordem para o arranque do Campeonato Africano das Nações em Angola, que decorre de 10 a 31 de Janeiro, dizem as autoridades angolanas. De acordo com a Lusa, o comissário-geral da polícia angolana, Ambrósio de Melo, visitou nesta quinta-feira, na companhia do seu colega sul-africano Bheki Cele, o estádio de Cabinda. O que o comissário garantiu preende-se apenas com questões de segurança dentro do estádio, como por exemplo a evacuação em caso de emergência. Se assim for, está de parabéns o país anfitrião!
Mas o que Angola esqueceu de dizer aos seus hóspedes e ao mundo é que existe a FLEC, Frente da Libertação do Enclave de Cabinda, no país, ou em Cabinda. E o enclave de Cabinda, que clama por independência e rico em petróleo, é um dos quatro lugares no país que vai acolher a prova.
E sem grandes demoras e salamaleques as boas vindas aos visitantes togoleses já foram dadas hoje pela FLEC, pelos menos assim se diz, embora este grupo ainda não tenha reivindicado o ataque... A selecção do Togo que ia de Ponta Negra, na Repíblica Democrática do Congo, para Cabinda foi atacada. As poucas informações disponíveis, indicam que duas pessoas foram feridas.
Porque Angola escolheu Cabinda para acolher este evento sabendo que a região não é propícia para tal no momento?
Não é atrair os honrados convidados para a boca do lobo sem que eles tenham consciência?

Traição em nome do Ego
Ou então o país anfitrião tenciona mostrar ao mundo que tem tudo contolado neste enclave por isso o escolheu como uma das sedes? Também pode ter sido para querer ser mais inclusivo, pois podia ser acusado de discriminar os angolanos de outros quadrantes...
Se assim for, então danou-se... A FLEC, que aparentemente conhece os pontos fracos das autoridades, ou então não é tão insignificante como nos mostram, aproveitou para vincar a sua luta, evindenciar a sua causa! Ou então para ferir jogadores que pretendiam apenas fortalecer amizades e fraternidade com outros desportistas do continente... depende do ponto de vista...
Será que vale a pena por em risco vida de respeitados vizinhos em nome de questões internas? Manchar um evento que se supõe ser uma das maiores festas do continente?
Tudo para sustentar uma imagem imponente e segura que na verdade é frágil e imprevisível?
Seria melhor não afectar os outros com os já conhecidos "comportamentos domésticos angolanos"...
E como disse o meu colega: O CAN já começou!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

África, Africa...

Ela é disputada por duas partes vitais e importantes no xadres mundial, mas está igualmente no meio do fogo cruzado na batalha entre as partes...
tudo por causa dela, tudo por causa dela...
Mas como se comporta a menina mais disputada de todos os tempos?

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Yang Jiechi, iniciou no dia cinco um périplo de uma semana por África, cumprindo um dos mais singulares rituais da agenda diplomática chinesa.
Além do Quénia, Yang Jiechi visitará a Nigéria, Serra Leoa, Argélia e Marrocos, seguindo depois para a Arábia Saudita e Maldivas.
Desde há quase duas décadas, o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros começa o ano com uma visita ao continente africano.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Quem estará com a cueca na mão na Guiné-Bissau?

Ou posso colocar a pergunta de outra maneira: Que trunfo terá na manga Bubo Na Tchuto?
Acusado de envolvimento no golpe de Estado refugiou-se na Gâmbia em Agosto de 2008. Há cerca de uma semana voltou para a casa numa piroga e com tranquilidade se alojou na sede da ONU.
As autoridades da Guiné-Bissau estão tão empenhadas em conseguir a cabeça do ex-chefe da armada que as reuniões não cessam em Bissau! Ora entre a ONU e as autoridades, ora entre autoridades e autoridades... (afinal autoridades neste país são muitas! E há umas mais do que outras...). E nesta quarta-feira até já houve reunião entre autoridades e diplomatas!
Com este último encontro dá para desconfiar que algo se está a definir...
O mais estranho é que no meio destas movimentações ao mais alto nível, o centro da questão parece não existir... Ou seja, deixa transparecer uma confiança inacreditável!!!! Só não posso afirmar que ele está deitado numa rede a sombra e beber água de coco porque ai já passaria da fase da especulação... além de mais recentemente as agências noticiosas afirmam que o ex-chefe da armada tem se reunido com as chefias do país na sede da ONU. Chegam até notícias de muitos sorrisos durante as reuniões que decorrem em atmosfera cordial!
Porque será?
Na Guiné as especulações são muitas, uma delas é de que o ex-chefe da armada pode levar consigo altas figuras que compõem o actual governo para a merda... Embora isto não passe de informação não confirmada, merece uma certa consideração dada a natureza dos acontecimentos no país e a forma como a situação está a ser conduzida.
Nesta quarta-feira o primeiro ministro, Carlos Gomes Júnior, reuniu-se com os embaixadores de Cuba e de Angola. No fim do encontro ninguém se quis pronunciar sobre assunto que está a criar tensão na Guiné. Mas também já se fala (desculpem-me mais uma vez escrever com base em especulações...) de que o ex-chefe da armada irá viver para Cuba ou para Angola para o resto da sua vida por uma questão de segurança... Resta agora saber por segurança de quem...
como diz uma amiga minha "Quem tem cú tem medo"...