quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O carvão da discórdia

Os desalojados da riqueza manifestam-se contra a sua nova condição de pobres em cima de uma gelado silêncio do governo moçambicano e da empresa brasileira Vale.
As minas de carvão de Moatize, exploradas principalmente pela Vale, já entram nas listas que começam a permitir Moçambique brilhar um pouco como fonte de recursos minerais que movem as grandes potências, são consideradas a maiores minas a céu aberto do mundo. Uma mina que veio deixar a céu aberto, mais uma vez, a indecente e desrespeitosa forma como o governo moçambicano trata os seus eleitores. A resposta ao descontentamento das cerca de 700 famílias tem sido a acção da polícia, incluindo a de intervenção rápida, conhecida pela sua violência.

Outro fenómeno interessante é que as tentativas de manifestações dos desalojados são muito pouco divulgados pela imprensa. O que mais se ouve, é sobre os grandes volumes de carvão para a exportação que até a Vale se vê a nora para os tirar do país, sendo até obrigada a negociar com vizinhos indesejados de Moçambique, já que este último não se mostra capaz...

E triste é existir num cenário delicado dois intervenientes com atitude aparantemente arrogante. Será que os investidores da era guebuziana sentem-se contagiados pela táctica do silêncio do presidente?
O que difere estas duas partes dos comerciantes estrangeiros e reis do século XV em África? Trocavam vidros e putras bugigangas por ouro e marfim. Vários séculos depois continuamos na mesma.

Mais sobre o assunto para acompanhar em:
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,15659793,00.html

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