quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

ICG: Guiné-Bissau tem grandes desafios, apesar dos bons sinais

A "International Crisis Group" diz que o caminho que a Guiné-Bissau está trilhar agora é encorajador, apesar de considerar que os graves problemas do país ainda persistem. Num documento intitulado "Para além dos compromissos: Expectativas de reformas na Guiné-Bissau" esta ONG, voltada à resolução e prevenção de conflitos armados, deixa algumas recomedações a Bissau. Numa entrevista a DW, cinduzida por mim, o analista para a Guiné-Bissau desta organização, Vincent Foucher, começou da segunite forma:

VF: A situação na Guiné-Bissau é complexa, primeiro sinal é a aliança entre políticos e militares durante os atentados de 26 de dezembro. Isto mostra que o poder civil aumenta o controle e isto também se deve ao grande apoio da comunidade internacional, e particularmente de Angola. Mas quando se olha para os recentes acontecimentos percebe-se que a situação é preocupante. No país ainda se faz tráfico de droga, houve o assassinato do presidente e a força da impunidade por parte dos militares continua intacta.

Nádia Issufo: O que tem a dizer sobre o apoio que Angola está a dar a Guiné-Bissau?
VF: Penso que a presença angolana é muito importante para ajudar o primeiro ministro e o seu governo na reforma das forças armadas. Mas a estabilidade resultante do apoio angolano deve contribuir para combater a impunidade, o tráfico de droga e o nepotismo. Penso que angola deve constribuir para combater isso. Angola tem de ser capaz de dialogar com outros doadores para uma informação e coordenação transparente, isso é muito importante.

NI: Carlos Gomes Júnior tem o apoio de Angola, dos militares e agora anunciou que se vai candidatar as eleições presidenciais de Março próximo. Como vê o percurso dele?
VF: Penso que ele tem uma mão forte, ele é um homem de negócio e tem o apoio de Angola. Em termos de apoio internacional ele e outros grandes intervenientes e tem ligações com chefes de organizações, mas também tem inimigos ou pessoas que não confiam nele. Mas ele conseguiu também coisas boas para o país, como por exemplo a nível económico."

NI: Existem assuntos graves não resolvidos no país como a morte do presidente Nino Viera e de um destacado militar e ainda o tráfico de drogas, supostamente feito com a conivência de gente ligada ao poder. É possível construir-se uma nova Guiné-Bissau por cima deste contexto?
VF: Penso que é um problema. Por exemplo, ter de lutar contra a impunidade dos dirigentes de topo das forças armdas. Isto tem sido um dos graves problemas da Guiné há anos.

Leia o relatório em:
http://www.crisisgroup.org/en/regions/africa/west-africa/guinea-bissau/183-beyond-compromises-reform-prospects-in-guinea-bissau.aspx

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