quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O cão

Foto: Ismael Miquidade
Titulo: Köln
Poucas vezes vejo os alemães conversarem no transporte público. Cada um se esconde atrás de um livro, jornal ou então entope os ouvidos com aqueles auscultadores dolorosos do celular, I Pod e sei lá mais o que, para ouvir música. Também não tem a obrigação de o fazer na medida que não se conhecem. E como perfeitos alemães que são tem de rentabilizar melhor o tempo.
Mas há excepções a regra, e a excepção neste caso chama-se cão. Esta semana vi um senhor conversar calorosamente com a dona de um cão no metro, ao mesmo tempo que acariciava incansavelmente o animal. E ninguém olhou para eles com cara feia porque não se calavam e ainda por cima falavam em tom um pouco mais alto do que o "normal".
Mas também esta esta semana vi uma senhora no machimbombo olhar várias vezes com cara feia para um bebe que tentava alegremente falar. Vi várias vezes muitos adultos ficarem irritados e admirados por verem bebes chorarem, talvez por cansaço, doença, sono, por qualquer coisa que fosse. Poucas vezes vejo um alemão se dirigir a outro alemão para comentar algo sobre o filho ou algo relacionado com ele. Não há aproximação, algumas vezes os mais simpáticos são repelidos violentamente, um olhar gelado já diz tudo, e por isso desistem de qualquer contacto. Os cães hoje são bebes e os bebes são cães... Será que está haver uma inversão das funções? Bem que um colega já tinha dito isso várias vezes e eu pensei que fosse exagero...

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