O chamado "efeito contágio" da crise do Magrebe já arrasou a região. Entendidos dizem que todo este caos foi originado pela crise económica, dai até se falar inicialmente em crise social. Mas estas crises sociais acabaram por terminar em crises políticas devido também a regimes políticos com características próprias que até aqui estiveram adormecidos nos países contaminados. Por exemplo, o presidente da Tunísia, Ben Aly, esteve durante vinte e três anos no poder, o presidente do Egipto, Osni Mubarak, está a quase trinta anos a dirigir os destinos do país. Não há alternância de poder. Outro ponto, no caso do Egipto, é a manutenção de sistemas monarquicos legitimados pela democracia. Diz-se que o presidente egípcio estaria a preparar o seu filho para a "sucessão democrática", com esta manifestação Mubarak está com as mãos atadas no que se refere a esta pretensão. Depois deste efeito "spill over" pode-se falar em revolução governativa naquela região?
Só a água separa dois lados
Entretanto, bem ao lado do último contagiado pela "doença do Magrebe" está a Jordânia e a Arabia Saudita. De certo que ai não haverá nenhuma crise económica a despoletar a crise política. O contagio poderá ser só da fase avançada, a da crise política? há esse risco?
Do lado de lá da água chegam mensagens de apoio a Mubarak, de acordo com a LUSA "O presidente Mahmud Abbas, da Autoridade Palestiniana, telefonou ao presidente egípcio e afirmou a sua solidariedade para com o Egipto e o seu compromisso com a segurança e a estabilidade" e "o rei Abdallah, da Arábia Saudita, telefonou a Mubarak para lhe exprimir a sua solidariedade e denunciar "os atentados à segurança e à estabilidade" do Egipto.
Na chamada África branca a consciência dos jovens desempenha o papel fundamental nesta revolução. Do outro lado do Mar Vermelho também existem jovens, que provavelmente tem consciência.
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