quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Dom Jaime Gonçalves

Em Moçambique a Igreja Católica diz que há violação dos direitos das populações que vivem nas proximidades dos grandes projectos no país. O arcebispo da Beira, Dom Jaime Gonçalves, acrescenta que os os tais projectos em vez de trazerem beneficio para elas, só prejudicam. Este pronunciamento surge na sequência da publicação de um estudo do CIP, Centro de Integridade Pública, sobre  os mega projectos na área de mineração, cujo titulo é: "Questões à volta da mineração em Moçambique"

Dom Jaime Gonçalves: a questão não é só em Moçambique, é em muitos países de África. Fazem-se projectos de diversa natureza mas que não respeita os direitos das populações, temos dado exemplos da desflorestação das nossas terras, o corte de madeira  que parte para o estrangeiro. O corte da madeira muda o clima da zona e as populações enfrentam por isso as consequências negativas da desflorestação da sua região. Portanto, ai está o valor económico da desflorestação, da exportação da madeira e o prejuizo para as populações. Elas vem a madeira a sair e não reverte directamente para elas que cuidaram da floresta ficam sem proveito do projecto. Também fazem-se projectos que exigem recolha da água  para no futuro atingir objectivos previstos e a população fica sem água para ela e para o seu gado. Por conseguinte vantagens económicas de tais projectos prejudicam os direitos das populações. Estamos a dizer que os interesses dos diversos projectps devem respeitar a dignidade da pessoa humana, a sua vida, a pessoa huaman, o clima porque aqui vivemos.

NI: Então pode-se dizer com isso que há uma violação dos direitos humanos?
DJG: se me tiram a água para beber como vou viver?

NI: Considera que o governo está a desempenhar cabalmente o seu papel de protector, na medida em que deve velar pelos direitos das populações?
DJG: Os mega projectos, como tal, não são maus , e há até minimos projectos que podem ofender os direitos das pessoas, e nesse caso dizemos que a prioridade é a pessoa humana. Não se sacrifica a pessoa humana para se ter vantagens económicas. Nós queremos estabelecer uma hierarquia, as vantagens económicas não devem ser o sacrificio da pessoa humana.

Oiça a peça em:
http://www.dw-world.de/dw/0,,9585,00.html
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