quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A crise do Magrebe, uma brecha bem-vinda para quem?

O caos na Tunísia começou em meados de Dezembro último. A crise social, originada pelo altos índices de  desemprego, foi apenas o rastilho para que o país, até então um barril de polvora, explodisse. A crise hoje é política, porque as manifestações que começaram nessa altura touxeram a ribalta as fraquezas do governo. O presidente Ben Aly, que dirigiu os país por vinte e três anos, saiu de lá quase que na condição de fugitivo. Entretanto, esta crise contaminou outros países do Magrebe, como a Argélia e mais recentemente a Mauritânia, no chamado efeito "spill over". Na Argélia manifestantes, maioritariamente jovens, entraram em confrontos com a polícia nos principios deste mês, pelos mesmos motivos: descontentamento sobre as condições de vida; subida dos preços dos produtos de primeira necessidade e taxa de desemprego que chega aos 20%. Os argelinos não se conformam com facto de não sentirem nas suas vidas os retornos das inúmeras riquezas do seu país rico, também em petróleo. O governo, entretanto, tomou medidas para resolver a questão. Hoje as notícias chegam da Mauritânia, milhares de pessoas manifestam-se contra a subida do custo de vida, os produtos alimentares subiram em 30%. O presidente Abdel Mohamed também já ordenou a redução dos preços. Estão todos com receio de um contagio de crise vinda da Tunisia.
E esta região para além de ser rica é fundamentalmente muçulama, o que para muitos países do ocidente significa um potencial para a instalação de bastiões do terrorismo, aquele que eles designam de islámico.
Sem esquecer que em países desses não existe democracia, pelo menos não a padronizada por eles. Os Estados Unidos da América já se ofereceram para ajudar a democratizar a Tunísia.
Portanto, com todas as fragilidades que o Magrebe vive hoje, que fendas estão criadas para que os interesses externos vinguem lá? Será esta a  chance?

2 comentários:

  1. E do Ismael Miquidade
    Ele ofereceu-me porque achou que faltava o factor humano na anterior foto. Tambem gostei muito!

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