"Filho, vai para a escola aprender a vencer sem ter razão", disse a mãe de um famoso escritor africano no tempo colonial. O conselho continua atual.
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
O cinismo da ONU
Foto: Ismael Miquidade
Ban Ki Moon, o secretário geral da ONU, deu carta branca para o Ocidente fazer o que quizesse na Líbia, através de NATO, e agora que o principal objectivo deles foi alcançado, a ONU pede uma investigação sobre a morte de Mouammar Kadhafi. Estamos a brincar ou o quê?
Onde está o TPI?
Cobrar justiça, prisão, etc, só serve para os líderes africanos, como agora o Tribunal Penal Internacional, TPI, anda a caçar Omar al-Bashir, mas com muita classe os governos africanos estão a fazer Luiz Moreno Ocampo "apanhar do ar", como se diz. Provavelmente não sabem da existência da NATO que matou civis de forma indiscriminada, incluindo crianças, na Líbia e não sabe que mata no Afeganistão.
Tal como nunca ouviram falar em George W. Bush e da sua invasão ao Iraque marcada por atrocidades. E no caso da Líbia devia mesmo ir aos bancos dos réus o secretário geral da ONU. E depois continuamos a ter em alta estima organizações destas.
Serviço mais sujo para os líbios
A NATO abriu caminhos para que o CNT, o Conselho Nacional de Transição, tomasse o poder e matasse o presidente. A guerra "desumaniza", e conscientes disso o Ocidente preparou o terreno para que fossem os próprios líbios a eliminarem a persona non grata, enquanto assistiam de camarote. Um espetáculo aguardado há muitos anos.
A atracção turística
O Homem por regra trata com respeito um cadáver, e as religões também sugerem isso. O Islão, que eu conheço, e que os líbios também conhecem, mais ainda. Para onde foi então este respeito, delicadeza e bom senso? Fotografaram-no como se de uma atracção turística se tratasse, o seu corpo tratado pior do que um cão atropelado. O CNT não mostrou maturidade nem preparo neste caso.
Prontos para dar o bote
Sãos os "líderes mundiais" esses. Eles discutem agora o futuro da Líbia depois da morte do seu presidente. Como se não existissem cidadãos líbios para organizarem o seu próprio futuro. É verdade que mataram muito, mais ainda sobrou gente para tal... nem que seja o CNT sozinho!
Resta agora saber até que pontos o CNT é independente e capaz de andar com as suas próprias pernas. Ou será que vamos ter mais um show de marionetes?
Mais sobre este último tópico leia em:
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,15477044,00.html
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