quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Hosi hi Hosi...



Quem merece uma estátua é o povo moçambicano por aguentar tanta agressão do seu governo. Este decidiu levantar 11 estatuas de Samora Machel, primeiro presidente de Moçambique independente, em jeito de homenagem pela passagem dos 25 anos da sua morte.

Onde vão buscar o dinheiro para tantas toneladas de material ninguém sabe, mas de certo é nos bolsos do moçambicanos que nem sequer foram consultados sobre a edificação das mesmas, e mesmo assim estamos num país democrático. Provavelmente o governo da Frelimo sabe que muitos moçambicanos, que não tem memória curta, iam se opor, afinal campos de reeducação, enforcamentos, etc, criaram revoltas, que o digam alguns escritores moçambicanos e líderes da oposição...

Mesmo os que não tem muito por reclamar sobre a governação de Machel, lutam contra a pobreza nas suas mesas diariamente, como pede o presidente do país, Armando Guebuza. Se o país está em crise porque gastar com inutilidades? Sim, inutilidades.
A quem se esconda por detrás de falsos nacionalismos para justificar as onze estátuas. E no caso da cidade de Maputo, não entendo porque foi edificada a segunda estátua, daqui a pouco uma estatua estará para um habitante... Uma pouca vergonha!

Não mudou nada. O governo da Frelimo quer perpetuar forçosamente a cultura do endeusamento aos dirigentes do país, dos deuses vivos e até dos mortos! Tal como acontece na crença da maioria dos moçambicanos, onde os antepassados são os seus guias e seus deuses, isto mostra como o poder político sabe manipular as crenças populares para se manter. Estas estatuas sao simplestemente, em termos simbólicos, o pedestal.

Repito sempre isto: há mais de 10 anos, numa conferência, um académico disse que em África a mesma palavra para designar chefe, é a mesma para designar Deus. Mais palavras para quê?

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