O presidente da Guiné Equatorial é agora o presidente da União Africana, uma designação que é legitimada pelas regras da organização. Entretanto, a comunidade internacional está num zun-zun-zun, com a designação porque Teodoro Obiang não dá oportunidade aos direitos humanos no seu país, para além de que está no poder há bastante tempo, desde 1979 através de um golpe de Estado, e segundo as regras democráticas, não há alternância de poder. Mas o país de Obiang é o terceiro maior produtor de crude de África, e os principais compradores do produto, principais apologistas do respeito de direitos humanos e democracia, parece que foram cegados pelo expesso preto do crude e a sua voz só tem expressão na boca de outros, no caso através de ONGs. Por sua vez, estas ONGs que tem consciência desta cegueira e mudez, já reagiram, de acordo com a Human Rights Watch "Os principais países africanos produtores de petróleo escapam às críticas da comunidade internacional, apesar das suas práticas repressivas e de corrupção generalizada", esta é uma conclusão da organização apresentada no seu relatório anual publicado no último dia 24. Ainda de acordo com o relatório "Washington, cujas empresas dominam o sector petrolífero, limitou-se a "tomar algumas medidas" contra o regime do Presidente Teodoro Obiang Nguema, enquanto a antiga potência colonial espanhola "recusou aplicar qualquer sanção" contra o país."
A Alemanha, outro país defensor das liberdades, tem também uma postura dúbia neste ponto, pois quando empresários seus vão a Guiné Equatorial procurar oportunidades de negócios, tem a imprensa alemã que é o seu cartão de visitas a acompanhar essas viagens.
E se por um acaso acontecer um golpe de Estado na Guiné Equatorial, estes mesmos pareceiros comerciais cegos, ganham magicamente a capacidade de visão e soltam a língua, calculo eu. Vão se lembrar de todas as irregularidades subjacentes a produção de petróleo, menos a sua comparticipação nelas, claro! Vão içar a suas bandeiras de democracia e direitos humanos por cima do defunto presidente...
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