Foto: Ismael Miquidade
A chanceler alemã Angela Merkel rejeitou a possibilidade de ter cometido erros há 17 meses atrás quando cerca de 100 pessoas foram mortas, entre civis e Talebans, num ataque aereo das Forças Internacionais de Assistência a Segurança, ISAF, que visava os Talibans no Afeganistão. O ataque, ordenado pelos alemães, e efectuado com aviões norte-americanos, provocou fortes recriminações a Alemanha que trouxeram a tona as acções militares do país durante a segunda guerra mundial.
Este inquérito a Merkel mostra o quanto os alemães são conscientes e intolerantes a irregularidades, e quem precisa de colectar votos para se manter no poder tem de ser correcto e dar satisfações a quem o elege.
Entretanto, este ataque de 4 de Setembro de 2009 deixou bem evidente o calcanhar de Aquiles do país, logo depois do ataque o governo convocou a realização de uma cimeira internacional para debater o assunto e a exigência da Alemanha era: reconstrução! Uma forma de corrigir o seu erro?
Depois disso o ministro da defesa foi forçado a demitir-se pela oposição. O democrata-cristão, Franz-Josef Jung, foi acusado de ter demorado a admitir a existência de vítimas civis. Ele ainda resistiu, mas por pouco tempo. Na Alemanha há dificuldade de se assumir posturas políticas ao nível externo, os governantes estão sempre em cima do muro e quando saltam para um dos lados é sempre com subtileza e muito jogo de cintura. Quando se trata de enviar soldados para o Afeganistão, por exemplo, as ofertas da Alemanha chegam com muita dificuldade, embora sejam apologistas do combate ao terrorismo.
Quando o assunto é dinheiro tudo muda de figura...
O único momento em que a Alemanha consegue vincar posições é a nível económico e financeiro. Agora com a crise económica e financeira este país se recusou claramente a dar dinheiro a alguns países aflitos da União Europeia. Quando os Estados Unidos da América pressionaram os grandes exportadores mundiais, a Alemanha e a China, a "reduzirem" as suas exportações, o governo de Merkel esteve do lado de "lá" com a China e bateu com o punho na mesa. Uma posição que foi muito aplaudida pela mídia germánica.
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