Faz hoje, 11 de Agosto de 2011, 10 anos que o presidente do Conselho de Admnistração provisório do Banco Austral, indicado pelo Banco Central de Moçambique, foi atirado do vão das escadas do edifício onde trabalhava. O economista investigava o desvio de dinheiro do extinto Banco Austral. Moçambique aguarda pelo desfecho deste caso que ganha teias de aranha na justiça. A família, então, continua na eterna espera. Conversei com Aquina Macuacua, a viúva.
Na imagem a viúva de Carlos Cardoso a esquerda e a viúva de Siba Siba Macuacua a direita
Foto: Ismael Miquidade
Nádia Issufo: Como se sente 10 anos depois sem uma resposta sobre o assassinato do seu marido?
Aquina Macuacua: É bastante triste 10 anos sem o Siba Siba... é bastante triste, mas continuamos a guardar pela verdade.
NI: Como é para si explicar aos seus filhos esta ausência de resposta?
AM: Não é uma tarefa fácil para mim, quando eles perderam o pai eles tinham seis e oito anos. Na altura foi fácil dizer que o pai tinha sido vítima de um roubo, que alguém queria roubar o banco e empurrou o pai pelas escadas a abaixo. Mas eles foram crescendo, já sabem ler. O meu filho está com 18 anos e a minha filha tem 16 anos. Então, eu acho importante que a justiça nos dê uma explicação, porque o que aconteceu aos pai não cabe a mim explicar aos meus filhos, mas sim ao Estado moçambicano que nos deve uma explicação. E nós continuamos a aguardar.
NI: E o que a senhora acha da actuação da justiça em relação a este caso?
AM: A justiça tornou-se ineficaz até agora, e nos continuamos na expectativa e na esperança de um dia, talvez por um golpe de sorte, que alguém venha se confessar ou pelo menos informar o que sabe do que aconteceu ao meu marido.
NI: E tem esperança de que um dia seja feita a justiça?
AM: Acredito que sim, porque nenhum ser humano teria estrutura psiquica para guardar um segredo tão hediondo como esse. Eu acredito que algum dia alguém conte a verdade.
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