quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Comitiva das boas-vindas

 Foto: Ismael Miquidade

Desembarquei no aeroporto de Frankfurt recentemente, por volta das 9 horas da manhã, cansadíssima de uma viagem de mais 11 horas e com uma escala pelo meio. Feliz por poder esticar as pernas, e respirar ar quase puro. Mas saio do avião e sou abordada por um polícia e pensei: "melhor recepção de boas vindas do que esta não poderia ter..." e fez as perguntas que todos conhecemos, embora simpático. Desci e entrei no autocarro de onde assisti ao controle, não de camarote... E todos os outros pretos que por ali passaram não escaparam ao interrogatório. Tal como eu, muitos outros passageiros assistiam a cena desagradavel. O clima no autocarro era constrangedor. Já em 2007, passei por uma cena semelhante na Suiça, e depois vi um preto ser levado pela polícia, sabe se lá Deus porque. Nesse mesmo dia nos balcões de fronteira vi vários pretos não atravessarem a porta para a ala das bagagens, mas sim serem levados pelas autoridades migratórias para algum lugar, os motivos deconheço...
Em 2009 conheci uma moçambicana num voo Maputo-Joanesburgo, ela viajava para a Alemanha, tal como eu. Era a sua primera viagem para a Europa, e eu de boa vontade dei o meu contributo no que podia nos tramites de viagem. Ao embarcarmos para Frankfurt, um sujeito branco não identificado e não uniformizado, que não estava exactamente ao lado do pessoal de controlo, pediu-me o passaporte e deixou-me passar tranquilamente. A minha companheira, "marinheira de primeira viagem" as perguntas foram iguais as da polícia para com um criminoso. Eu expliquei ao sujeito a situação da menina, mas ele não ficou satisfeito e prosseguiu com o interrogatório e eu segui o meu percurso. A menina sempre conseguiu viajar, mas a sua cara, coitada...
Estas cenas que relato são só algumas das que já vivi e presenciei. Os governos europeus devem estar a sentir saudades de Muammar Kadhafi, por uma coisa só: impedir que os africanos entrem para o seu território...
A humilhação dos estrangeiros, principalmente africanos, aumentam a cada dia. 



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