Nesta quinta-feira o presidente do Níger, Mamadou Tandja, foi arrancado do poder por militares e ainda está nas mãos dos golpistas. E sem demoras os autores do golpe de Estado, o Conselho Supremo para a Restauração da Democracia, já anunciaram o novo presidente do país, Salou Djibo, a dissolvição do governo e anulação de uma Constituição polémica. Na verdade a Carta Magna do país foi um dos principais motores desta acção.
Salou Djibo é o comandante da companhia de apoio de Niamey, que dispõe de armamentos pesados. O Conselho militar também instaurou logo um recolher obrigatório e o encerramento das fronteiras, através de um comunicado lido na televisão pública.
Voltando a origem do problema, em 2008 Tandja dissolveu o Parlmento e alterou a Constituição para legitimar o seu terceiro mandato. A partir dai a comunidade internacional abriu o olho e algumas organizações aplicaram sanções ao país, a União Europeia, por exemplo, parou com as ajudas. Estas mudanças de Tandja provocaram uma forte tensão política no país. Mas não faltaram avisos e condenações ao presidente para que voltasse a ordem anterior. Em Setembro último os deputados do Parlamento da CEDEAO condenaram as acções de Tandja, veja mais em: http://www.expressodasilhas.sapo.cv/pt/noticias/detail/id/11727
Também o site Africa 21 Digital de Agosto do ano passado noticiava que "O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou ontem (31) preocupação com a delicada situação política pela qual passa o Níger, devido à insistência do presidente do país, Mamadou Tandja, de realizar um polêmico plebiscito constitucional." Mais para ler em: http://www.africa21digital.com/noticia.kmf?cod=8742881&indice=20.
Ora, todos estes atropelos criaram, como se vê agora, uma insatisfação que se manifestou ontem de forma também "atropelativa". Era previsivel, não?
A grande questão é a hora "H" da acção reversiva relativamente aos atropelos. As condenações existem sempre antes e depois do caldo entornado. Essa hora parece não ser conhecida pela comunidade intenacional... Logo, os custos de restauração da ordem sãem muito caros a todos. Claro que ela está ciente do alto preço que deve pagar, mas mesmo assim parece que as "dolorosas" não a assustam, porque são recorrentes estes tipos de situações em África e espera-se por acções extremas para soluções.
A África Ocidental, particularmente, tem sido frequentemente palco de golpes de Estado nos últimos anos.
Em Agosto de 2008 na Mauritânia Sidi Ould Cheikh Abdallahi, primeiro presidente democraticamente eleito, é derrubado 15 meses mais tarde pelo general Mohamed Ould Abdel Aziz.
A 23 de Dezembro de 2009 a Guiné Conacri experimentava uma situação semelhante quando o presidente Lansana Conté morreu e o capitão Moussa Dadis Camara tomou o poder. A outra Guiné, Bissau, também viu o seu presidente, Nino Vieira, ser morto brutalmente a 23 de Novembro por militares.
E as histórias se repetem...
Por motivos conhecidos...
Então Maktub, Maktub e Maktub!
Já estava escrito...
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