quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Moçambique sem soluções ousadas para sair do dilúvio



O Governo moçambicano, através do INCG, disse na última semana com confiança e tranquilidade que as consequências das cheias no sul do país estavam controladas, quando a cidade de Chokwé já estava submersa e os seus residentes ao relento, sem alimentação e claro, sem os seus bens. Pergunto-me: porque o INGC dá garantias que não correspondem a completa verdade? Quer mostrar trabalho? Se assim for, a quem? Ao Governo, ao povo, a comunidade internacional? Seja lá o que for, considero este tipo de atitude uma segunda calamidade que se alia a primeira, as enchentes. Ao se passar este tipo de informação a mídia, o mundo se tranquiliza, e aqueles que podem contribuir para o bem estar das vítimas nada fazem, consequência: duplica o sofrimento das vítimas. Pode ser um exagero mas as auitoridades mereciam um processo judicial...


E mais uma vez as ajudas internacionais...
Uma semana depois do INGC ter dito que estava tudo sob controlo, o Banco mundial anuncia que vai "disponibilizar" 50 milhões de dólares para ajudar as vítimas e para a reconstrução de infraestruturas das zonas afectadas. Ler mais em: http://www.opais.co.mz/index.php/sociedade/45-sociedade/23976-banco-mundial-disponibiliza-50-milhoes-usd-para-responder-as-cheias.html

As cheias são uma constante em Moçambique. Não está na hora de se criar um fundo especial a sério para isso? Na verdade essa é apenas uma solução de curto prazo, a solução de longo prazo é mais complexa...
Algumas atitudes do Governo, entretanto, indicam que se quer livrar o mais cedo possível da ajuda externa, mas outras atitudes não... Um paradoxo, não?





Enquanto a população clama por ajuda, e principalmente por comida, toneladas de alimentos são destruídos pelas águas, mais um paradoxo. Por outro lado existem as perdas dos comerciantes, quem vela pelos seus interesses? A cultura de assegurar pessoas e bens em Moçambique é quase inexistente, ou seja, um prejuizo sem compensação. Mas é esse mesmo comerciante que paga impostos. E viva o Estado...


Uma desgraça que não é dada apenas por Deus...
Dizem sempre que um dos grandes culpados disto tudo são as alterações climáticas. E eu não discordo. Mas uns vão preferir ficar-se por ai. Mas na verdade sabemos que os países vizinhos, como a África do Sul por exemplo, tem dado o seu contibuto para as inundações em Moçambique. Quando se vem aflitos com as fortes chuvas, abrem as suas comportas, ou seja, somos "naturalmente" obrigadosa herdar a sua desgraça. É a sorte que coube a Moçambique por ser banhado pelo mar, é a foz dos problemas. E me pergunto agora: politicamente é ou não possível gerir as zangas da natureza? Moçambique tem a obrigação de encontrar soluções junto dos seus vizinhos que sejam benéficas para todos, agora não seu se Maputo tem capacidade para negociar isso... Essa sim, seria uma das soluçõs de longo prazo. As desgraças acentuaram-se com o nascimento de Rosinha que já tem 13 anos...






E mais "crocodilagem" sul-africana...

E 15 mil crocodilos escaparam-se de uma quinta na África do Sul. Muitos deles devem estar a caminho de Moçambique, tal como as águas destruidoras, para mais uma jantarada: http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=622333&tm=7&layout=121&visual=49 .

A população moçambicana que se prepare, buscar água, lavar e brincar no rio quase equivale a dizer era uma vez... Mesmo na posse dessa informação não acredito que as autoridades impeçam as pessoas de o fazerem. Tal como não acredito que lhes criem alternativas no que se refere ao acesso a água. Pior do que isso: o Governo moçambicano não vai pedir responsabilidades a tal quinta sul-africana, afinal as futuras vítimas não tem voz...

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