"Filho, vai para a escola aprender a vencer sem ter razão", disse a mãe de um famoso escritor africano no tempo colonial. O conselho continua atual.
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
Guebuza após 2014
Armando Guebuza é também conhecido como um grande homem de negócios, para além de ser Presidente de Moçambique. A sua ascensão económica é associada ao poder político, que por sua vez podem acabar ou continuar consoante as escolhas do seu sucessor que o seu partido, a FRELIMO, fizer em breve.Entrevistei para a DW África Salomão Moyana, Director do semanário moçambicano Magazine Independente:
Nádia Issufo (NI): Será que o partido FRELIMO continuará nas "mãos" de Armando Guebuza?
Salomão Moyana (SM): Depende de vários factores que devem ser considerados, um deles é sobretudo quem será o Presidente da República. Se for um dos candidatos apresentado na semana passada, quer dizer que Armando Guebuza poderá reter o poder na presidência do partido e continuar mais ou menos o futuro Presidente da República a trabalhar na actual linha de governação do país.
NI: Estamos a falar numa espécie de Delfim de Armando Guebuza?
SM: Os três pré-candidatos apontados são claramente os Delfins de Guebuza. São pessoas que chegaram ao poder pela mão dele, aos cargos ministeriais pela mão dele, dois deles estão na comissão política da FRELIMO claramente pela mão dele. Portanto, não serão eles as pessoas com capital simbólico próprio capazes de seguir uma outra linha política, que seja diferente da linha de Guebuza.
NI: Fala de figuras com aceitação, e também com alguma experiência, ai entraria, por exemplo, a ala de Joaquim Chissano com quadros experientes. Acha que esse será o momento em que a cisão entre as alas ficará mais visível?
SM: Não acredito nessa posição. Não acho que se entrarem outros quadros está a entrar a ala Chissano. Penso que praticamente não existe ala Chissano em Moçambique, existem outras partes que gostariam de ver o país melhor encaminhado depois após a era Guebuza. Ele foi um Presidente exemplar e bastante combativo, muito trabalhador, e muito empenhado. Agora o risco é que a sua saída crie uma espécie de definhamento da liderança do país.
NI: Vê a possibilidade de um dos supostos Delfins a ser escolhido vir a rebelar-se aos ideiais de Guebuza?
SM: Não estou a espera de nenhuma catástrofe para Moçambique, espero uma transição pacifica em que mesmo que as coisas não sejam funcionais, penso que oportunamente a FRELIMO encontrará uma solução que não será necessariamente uma rebelião, mas que se compatibilize a agenda para que haja uma continuidade do país de maneira segura e pacifica.
Escute e leia mais sobre o assunto em: http://www.dw.de/o-papel-político-do-presidente-guebuza-depois-das-próximas-eleições-em-moçambique/a-17306362
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