"Filho, vai para a escola aprender a vencer sem ter razão", disse a mãe de um famoso escritor africano no tempo colonial. O conselho continua atual.
domingo, 13 de março de 2011
Mulher e as suas conquistas...
Foto: Ismael Miquidade
Cada vez que viajo para a minha terra oiço das minhas compatriotas os mais diversos truques para fazer um homem trepar as paredes de desejo. Geralmente isso acontece em conversas de grupo, onde cada uma dá a sua dica, é a escola da vida na sua forma mais descontraida e natural... sem receio e de mulher para mulher. Como sempre, não posso deixar de comparar essa partilha de conhecimentos com a ausência da mesma no mundo ocidental onde actualmente resido.
Aqui onde muitos acham que tem a liberdade para falar e fazer quase tudo, em nome do engrandecimento do Homem, ensinar truques parece tabu...
Quando costumo contar as coisas que aprendo as mulheres aqui, elas recebem-nas muito bem, mas contar os seus, isso já não...
Queimem o soutien, mas o mundo ainda é dos homens
Conversando com uma mulher casada, percebi que quanto mais conquistas alcancamos, mais responsabilidades temos as costas. Por isso as vezes me pergunto: até que ponto vale a pena?
Essa mulher, que muito aprecio, investe tudo para manter a chama do amor acessa, e ela disse-me: "quem é casada é assim mesmo, tem de procurar a novidade para não cair na rotina". Essa frase não constitui novidade para ninguém, o facto interessante é o esforço nesse sentido ser da responsabilidade da mulher, quase sempre. E eles, o que fazem?
Entrei hoje numa loja com algumas amigas, e paramos numa prateleira com jogos eróticos. Ai pegamos num dado do Kamasutra com várias posições sexuais e tal. Numa das faces do dado a mulher fazia sexo oral ao homem, não sei se isso se diz... procurei o exercício contrário, do homem a fazer sexo oral a mulher e nada! Peguei no segundo dado e nada, o terceiro e nada...
Possa pá! As vezes entendo porque as mulheres esperneiam muito. Não interessa o lugar onde estás, a posição da mulher ainda é de provedora, provedora e provedora!
Ela vai dizer que agora é igual ao homem, e não é bem assim... ao querer se igualar só se lixa porque aumentam os seus encargos: já trás o pão para casa como o seu marido, usa calças como ele, vai ao bar como ele, faz política como ele, etc... mas estas são tarefas que se vem juntar a outras que já tem, como cuidar da casa, dos filhos, do marido e ainda investir para garantir a sua satisfação sexual e principalmente a dele! E se viver nalgumas sociedades africanas ainda corre o risco de ser acusada pela própria família de ser a culpada pelo divórcio, porque não foi mulher o suficiente para o seu homem!
Não valia a pena ficar apenas em casa a cuidar com amor dos seus filhos, da casa, do marido e aprender truques sexuais com amigas em conversas de casamentos, missas e falecimentos? E eles poderiam continuar a matar-se lá fora para trazer o pão para a casa... Se ainda funcionassemos na lógica da complementaridade talvez fosse melhor para a mulher... afinal eles continuam lá, quase sem acréscimos de tarefas... e acho que não são menos felizes por isso...
(que nenhuma mulher leia isto...)
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