quinta-feira, 31 de março de 2011

Manuela Soeiro



Nádia Issufo: Como é trabalhar com alemães?
Manuela Soeiro: No início a gente pensa que é difícil trabalhar por causa da língua, é um povo do norte, podem ser muito frios, mas a verdade é que casamos muito bem com eles, porque ao fim ao cabo o teatro fala uma só língua. E de facto nós iniciamos com uma peça trazida pelo Jorge Vaz e Adelino Branquinho porque a Edith, a directora do Tribhune, quiz fazer uma peça para resgatar a morte daquele moçambicanoimorto pelos "skinheads", o Hnning Mankel escreveu e tinha de haver dois actores moçambicanos, e a partir dai não parámos mais. Não só com o Tribune, o Gripps, grupo para crianças e jovens, também trabalhamos com o ICMA em Moçambique. E também participei em Berlim num encontro de 35 directores de teatros independentes da Ásia, América Latina e Asia onde colhemos experiências e tivemos também alguma oficinas. Viemos a este festival e estamos a pensar numa continuidade para não morrermos por aqui.

NI: Qual é a grande marca do teatro alemão que se diferencia do teatro moçambicano e que vos serve de aprendizado?
MS: Não há duvida que eles tem uma técnica avançada, e o teatro alemão é uma referência no mundo. Nós vimos um teatro com uma dimensão muito profunda e aquilo que precisamos de ir buscar para não banalizar o nosso teatro, porque a Alemanha já tem uma tradição. Sem vir cá fizemos peças de teatro de escritores alemães e o nosso grupo está virado ao mundo, e não se cinge só a Moçambique, também procuramos e precisamos de desafios, e esta ligação é muito importante, para nós como para qualquer grupo.

NI: Sei que estão a trabalhar numa peça, podes me falar sobre o conteúdo?
MS: O Menning trouxe uma peça de Strindberg "Menina Júlia" e ele adaptou  em Moçambique, nós estamos no início da nossa carreira teatrarl, mas muitas vezes as histórias são o reflexo da sociedade. Então esta peça reflete a vida, como a burguesia vive e a sua relação com o povo e a peça foi escrrita para Suécia e foi adaptada para Moçambique

NI: 22 anos de existência do Mutumbela Gogo, o que há de marcante para lembrar neste momento?
MS: Podemos dizer que os actores já atingiram uma qualidade.

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