"Filho, vai para a escola aprender a vencer sem ter razão", disse a mãe de um famoso escritor africano no tempo colonial. O conselho continua atual.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Já não há fogueira, mas restou o melhor: o Karingana wa Karingana
Respondi ao chamado da Associação Karingana fazendo-me presente na Casa Velha num final de sábado de Setembro. Por apenas cinquenta meticais fui saber porque o porco tem o nariz achatado e o coelho orelhas longas. Mas não fui apenas saber, fui interagir com os contadores de história ao lado de muitos estranhos que naquele momento me eram intimos, mais intimos do que EU e EU... E acredito que o mesmo sentimento tinham aquelas pessoas em relação a esta estranha que escreve. Eu a pedido dos contadores a imitar o ladrar dos cães com os pequenos e adultos que lá estavam, despertando também o lado infantil em mim, mais do que isso, o lado humano. Um Karingana wa Karingana que afinal é universal, embora o karingana "moçambicano" seja carregado de significados. Um contador moçambicano, outro chileno e uma portuguesa passaram-nos valores, principios, ou nalguns casos reciclamos esses elementos.
Foi o renascer da "oralidade" na sua forma quase original em Moçambique. Nos moldes ditados pelos tempos modernos, mas sempre o Karingana. Mesmo com o chamamento feito via internet, celular, e um bilhete de entrada pago, o mais importante estava lá, a oportunidade de evoluirmos como pessoas, de nos reciclarmos...
enfim de nos humanizarmos!
Torço para que sessões destas se repitam, e que sejam acompanhadas de obras como a organizada pelo professor Lourenço do Rosário "Antologia dos Contos Africanos"
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