Foto: Ismael Miquidade
Quando a situação começou a ficar demasiado "grega" na União Europeia, começou também a "saltar" o verniz aos seus dirigentes; começaram as trocas de acusações, a colocação de "etiquetas" no elo mais fraco, e houve até quem cogitou "saltar fora", no parlamento do Reino Unido uma petição para um referendo sobre a permanência do país fracassou em Outubro passado. Pensava alguns integrantes do governo que podiam sobreviver "pendurando-se" ao apoio dos Estados Unidos da América. Os ingleses agora são mudos, e mais ainda, invisiveis!
A Grécia, coitada, se viu entre a espada e a parede. Depois de ter se ter comprometido com a União Europeia em tomar mais medidas de austeridade e outras reformas para sair da banca rota, decidiu ser "democrática" e realizar um referendo para que os gregos escolhessem sozinhos a sua solução. Mas os 27 não gostaram desta democracia. Uma contradição, não?
Por um lado a zona euro, liderada pela dupla Merkel e Sarkozy, não deu sossego ao governo de George Papandreau que tentava deitar água a fogueira em casa. A União Europeia no príncipio falava na falta de credibilidade, hoje já não tem adjectivos para o qualificar. Entretanto a crise política agudizou-se, houve mudança de governo e está agora tudo sob controlo...
E como em tudo hoje, há o efeito contágio. A Itália de Silvio Berlusconi esteve depois na berlinda, também fez promessas a dupla Merkel e Sarkozy, mas esteve sempre na mira deles. O ministro dos negócios estrangeiros da França, Alain Juppé, disse que a Itália tem um "problema de credibilidade" e, por isso, defende a necessidade de se fiscalizar o país para garantir que cumpra os compromissos assumidos.
Nos dois casos, a crise económica desencadeou crise política, claro. A oposição sabe tirar devido proveito disso, e como a manifestação é a palavra de ordem... Berlusconi caiu.
Enquanto isso elo mais forte, Alemanha e França, ditam as regras do jogo e vem-se a nora para gerir tanta confusão. As economias mais desenvolvidas do mundo chegaram a pensar em meter a mão ao dinheiro almeão. Os líderes políticos germánicos e os meios de comunicação social ficaram"preocupados" com a possibilidade do país recorrer às suas reservas de ouro para financiar o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF). O governo por seu lado, negou que esta possibilidade tenha sido discutida na reunião do G-20, em Cannes na última semana, embora assuma que alguns dos participantes questionaram a Alemanha sobre os direitos de tiragem especial para aumentar a eficácia do FEEF, o que foi rejeitado pelo lado alemão, segundo o governo.
Em suma: estão se a morder! Um espetáculo raríssimo para as as massas, não?
(texto escrito há mais de um mês...)
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