"Filho, vai para a escola aprender a vencer sem ter razão", disse a mãe de um famoso escritor africano no tempo colonial. O conselho continua atual.
quarta-feira, 22 de maio de 2013
Ismael Mussa de olho no Município de Maputo
Em Moçambique Ismael Mussá do partido MDM anunciou a sua candidatura a presidência de Município de Maputo como independente. O conhecido político justifica que não se quer a ligar a partidos políticos para diminuir a partidarização das instituições. Entrevistei para a Deutsche Welle o candidato Ismael Mussa.
Nádia Issufo: O que o leva a candidatar-se a presidência do Município de Maputo?
Ismael Mussa: Há dois anos que escrevo artigos sobre a cidade de Maputo e tenho contactado vários especialistas tentando buscar várias soluções para o vários problemas do Município. Cheguei a conclusão que valeria a pena o desafio de me candidatar como independente e dar o meu contributo na busca de soluções para os problemas que Maputo enfrenta e que são inúmero neste momento.
NI: Porque como independente?
IM: Porque a cidade de Maputo pela dimensão, por ser a cidade que congrega os maiores problemas de gestão municipal deste país, defendo que deva ser gerida por alguém acima dos partidos políticos, e que posa incluir no seu elenco todas as sensibilidades e sem discriminação numa altura em que há grandes críticas a despartidarização do Estado, eu penso que a candidatura como independente poderia dar um grande exemplo e um grande salto na despartidarização do Estado, a partir do momento em que há um presidente que não teria subordinação a nenhum partido e poderia contar com todos para governarem Maputo.
NI: O senhor até agora é deputado do MDM. Como pensa fazer a transição deste partido para candidato independente?
IM: Já existe um exemplo bem sucedido na cidade da Beira, se estivermos recordados o engenheiro Davis Simango era presidente do Município eleito pela RENAMO e ele lançou uma candidatura apoiado pela sociedade civil, e foi uma candidatura bem sucedida. É um exemplo que pode ser seguido, nos mesmos moldes.
NI: Qual é a sua situação no MDM?
IM: Depois do meu pedido de demissão do cargo de secretario-geral praticamente fui exluido de todas as actividades do MDM. E para lhe ser franco não estou muito interessado em falar sobre o passado quero falar sobre o futuro, sobra a cidade de Maputo.
NI: Entretanto ainda representa o MDM no Parlamento como deputado. Como exerce isso?
IM: Eu não tenho direito a intervir no Parlamento. Como deve saber meti uma carta a pedir a palavra e nunca me foi cedida. Mas como lhe disse, não quero falar sobre o passado. Fui eleito por este país, sou cabeça de lista nesta cidade para representar os eleitores da Cidade de Maputo, entretanto a palavra me foi retirada no Parlamento. Eu acho que tenho muito ainda a contribuir para este país e gostaria de dar o meu contributo.
NI: Voltando ao Município de Maputo, na sua óptica quais são as soluções para os problemas desta cidade que não são poucos?
IM: A minha estratégia vai enquadrar o envolvimento das pessoas na elaboração do manifesto. Neste momento estou a compor uma página no Facebook, estou a visitar os bairros todos os fins de semana. Dentro de 10 dias vou lançar as várias áreas de governação e vou pedir que as pessoas dêem o seu contributo, seja pela internet, ou por contactos porta a porta, no sentido de que este seja um manifesto participativo. Eu quero que as próprias pessoas estejam directamente envolvidas na elaboração do manifesto. Outro aspecto de extrema importância é trazer a inovação na orçamentação das verbas do Município. Gostaria que os munícipes pudessem ser chamados a participara na elaboração dos orçamentos.
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