A União Africana ganhou nova roupagem com a eleição nova presidente da Comissão da organização. Apoiada pela SADC, a sul-africana Nkosazana Dlamini Zuma poderá transmitir a União Africana os valores que caracterizam a SADC tais como união, credibilidade e força. Mas existem outros pontos ainda que jogam a seu favor de acordo com António Gaspar. Entrevistei o analista político moçambicano para a Deutsche Welle sobre o tema, acompanhe:
António Gaspar: Eu acho que sim, primeiro ela é uma mulher, em 49 anos da organização nunca houve uma mulher a frente. Portanto, isso aumenta valor e acrescenta expectativa. Segundo, é a primeira representante da SADC, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral. Esses dois aspectos permitem-nos visualizar que sim. A liderança da Comissão pela senhora Dlamini-Zuma vai trazer valor acrescentado. E alguns aspectos fundamentais penso que serão mudados sem perder a perspectiva de que está a dirigir uma organização continental e não uma regional, apesar de ter sido apoiada pela SADC. Outros aspecto importante é que ela terá de fazer um esforço adicional para trazer para a gestão dos assuntos da União Africana mesmo daqueles que votaram contra ela. A perspectiva tem de ser supra regional de modo a preservar os interesses dos povos africanos.
NI: A SADC apresenta uma imagem de união e credibilidade, o que lhe confere respeito internacional. Acha que esta organzação, através de Dlamini Zuma vai transferir as suas qualidades a União Africana?
AG: Na região o sentimento que existe é que temos, através da senhora Zuma, de fortaçecer e consolidar a unidade no seio da União Africana. E levar a experiências e o calor, o sentimento de coesão e acção que existe na SADC para a União Africama.
NI: Então isso vai permitir a União Africana estar ao mesmo nível que outras organizações internacionais e discutir a mesmo nível?
AG: Acho que sim, porque a União Africana nos últimos anos perdeu credibilidade. Repare o caso da Líbia, ele foi muito mal resolvido, e isso faz com que qualquer cidadão faça críticas fortes a União Africana. Esta organização está num nível muito baixo do ponto de vista de percepção dos países, e mesmo dos cidadãos. Eu penso que com a sua experiência e com o apoio que receberá, não só da SADC, acredito que ela fará algo para modar a imagem negativa da orgzanização.
NI: Falou agora da crise líbia, ela evidenciou a divisão no seio da União Africana, com a SADC a opôr-se uma intervenção estrangeira. Isso terá servido de incentivo para que a SADC se candidatasse a presidência da Comissão?
AG: As motivações para a candidatura da SADC são fundamentalmente tentar criar uma nova dinámica a organização, e também chegou a vez da SADC ocupar um lugar de destaque na UA. Também serviu para acabar com o mito de que os cinco grandes países em termos de cota para o funcionamento da organização não deveriam concorrer as eleiçõeS.
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