"Filho, vai para a escola aprender a vencer sem ter razão", disse a mãe de um famoso escritor africano no tempo colonial. O conselho continua atual.
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Jimmy, o explorador
Foto: Sérgio Mandlate
Quando ele sobe aos palcos suga tudo o que se pode imaginar da memória emocional colectiva dos moçambicanos. Não há reclamações, o público dá e pede para ser explorado. A sua viola invade períodos empoeirados dos público, tocando "amatuwe twe, twe" ou "gogo ni langi wene" e se arrasta até para espaços físicos dos genes do público. Esses são com certeza cobertos por tetos de zinco e envoltos em caniço: "Os do Chamanculo para o palco e mostrem que sabem dançar", e língua de comunicação é principalmente o Rhonga. Pelo menos a pessoas do sul de Moçambique e Jimmy Dludlu quase se confundem no momento do show.
Supostamente a maior parte das músicas que deveriam ser tocadas no espetáculo de Maio são do seu último album, mas tal não aconteceu. O músico soube prender o público com as músicas de albuns anteriores. Afinal Músicas e cheiros nos fazem viajar no tempo, não? Um público que na sua maioria tem mais de 30 anos aproveitou para se recordar dos anos oitenta.
Jimmy Dludlu é uma figura que preenche o palco. Vive plenamente o que faz, talvez por isso a sua música seja boa. A sua banda é fantástica, e nalguns momentos percebe-se que andam mesmo a mercê do músico e do seu feeling. Desconfiei até que já estava na hora de terminar o espetáculo, mas Dludlu não abandonava o palco. Ele tem muito brilho, ofusca as coisas boas a sua volta, no bom sentido. Para as pessoas que não acreditam em Deus, aconselho-as as ouvirem e verem este homem. Ai perceberão que o dom que tem só pode ser algo divino. Amén.
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