Jacob Zuma caminha tranquilo, seguro e com estilo para a presidência da África do Sul. Quando se finaliza a contagem dos votos, tudo indica que o histórico ANC vai continuar com os cerca de dois terços no Parlamento.
O controverso político segue com tranquilidade pelo facto de pertencer e liderar uma formação política de peso, uma segurança porque o seu poder é sustentado por grandes figuras do partido. Mas o estilo foi a coroa do fim do seu percurso, colocado pelo herói.
Nelson Mandela aparece na recta final da campanha eleitoral do partido com a imagem de Jacob Zuma no peito. Deve ter custado muito a engolir esse sapo, ou melhor, esse Zuma!
Em nome do povo se engole até elefantes! Como compreender isso? É realmente para se ficar com um ponto de interrogação. O carismático e imaculado ao lado chamuscado?
Acredito que apenas um homem com espírito de sacrifício consegue passar por cima de convenções sociais, morais, etc, por uma causa nobre: o povo.
O Congresso Nacional Africano (ANC) representa a esperança dos sul-africanos. Em nome deles Madiba passou por cima de si próprio, na minha opinião. Para sustentar a minha opinião estão alguns factos: primeiro, Mandela nunca se pronunciou em nenhum momento sobre os escândalos em que esteve envolvido o futuro Presidente, obviamente que não tem de o fazer, mas o assunto era tão cabeludo e envolveu todo um sistema partidário. Também pode ter deixado os miúdos resolverem as suas makas sozinhos, afinal são maiores de idade... Segundo não apareceu em nenhum momento da campanha, se não no fim, a apoiá-lo, e terceiro foi em nome do povo que ele falou na campanha, manifestou o desejo de que fossem salvaguardados os interesses populares.
Apesar de ilibado, persistem duvidas sobre os envolvimentos de Zuma em águas não muito claras. O que isto pode significar em termos de imagem do país e até para o continente? A questão da credibilidade foi profundamente colocada em xeque.
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