"Filho, vai para a escola aprender a vencer sem ter razão", disse a mãe de um famoso escritor africano no tempo colonial. O conselho continua atual.
quinta-feira, 5 de julho de 2012
Guebuza: política de prevenção e massageamento?
O presidente de Moçambique numa visita a província de Cabo Delgado, em mais umas das suas visitas abertas, apelou a população a vigiar a prospecção de hidrocarbonetos, segundo o jornal "O País". Ler mais em: http://www.opais.co.mz/index.php/politica/63-politica/20930-guebuza-pede-populacao-para-vigiar-hidrocarbonetos.html
Ao querer "amaciar" a população, para garantir uma gestão governativa saudável, Guebuza coloca-a numa situação ridicula, e parece-me que assim goza com ela. Que condições tem a população para responder a este tipo de pedido? O presidente moçambicano é bastante inteligente, e me parece que com este pedido quer fazer sentir a população que ela também é parte do processo, o que não é bem verdade.
Vale mais previnir do que remediar
Ainda nesta província, onde estão os mais importantes projectos de gás, apelou a união, citando exemplos de países africanos que vivem em conflitos por causa das riquezas naturais. Armando Guebuza também não se esqueceu de falar da ganância: "...há uma ambição desmedida de algumas pessoas que querem enriquecer tomando tudo. Não podemos olhar para o gás como motivo de conflitos e divisao, mas sim como um factor impulsionador da uniao”, ler mais em: http://www.jornalnoticias.co.mz/pls/notimz2/getxml/pt/contentx/1469551
O terreno está a ser preparado pelo presidente, ele está em ações "educativas" para evitar desastres maiores para o país, e para ele, claro. E a quem une as riquezas do país? A cada dia que passa o continuum entre ricos e pobres se alarga. O seu pedido constitutui um paradoxo, na medida em que as suas teorias chocam com as práticas do seu governo. Os poucos ricos se unem entre eles e aos investidores estrangeiros, e os muito pobres nem tem condições para se unirem entre eles. O presidente falou em ambição desmedida? "rio, rio, rio para não chorar". Algumas ONGs, como o CIP por exemplo, estão sempre a denunciar a participação de gente ligada ao poder político no mundo dos negócios. Até entre eles se instalou a guerra. Segundo a ONG está haver uma migração desta classe dos pequenos e médios negócios para o grandes.
O presidente não deveria deixar que a media publicasse esses discursos, ele não pode confundir a todos com a população a quem ele tenta cultivar uma política ideal, que não é praticada pelo seu governo na integra.
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