segunda-feira, 11 de julho de 2011

Adrenalina Matinal

Sao 7 horas e 50 minutos de sabado. Saio de casa apressada para o trabalho e apanho um chapa em frente ao hospital central com o objectivo de descer na Belita. Preparo imediatamente as moedas para pagar ao cobrador no momento em que pular do carro. Fecho bem a minha bolsa e aperto-a debaixo das axilas, seguro bem o meu saco de plastico cheio de papeis e a minha caneca termica entupida de agua de cacana. O chapa ia bem devagar, abanando-se todo provocando uns ruidos que pensei que se fosse desmontar a qualquer momento. Eramos poucos e estavamos todos tranquilos como um sabado normal pede...
De repente o chapa vira na avenida Karl Marx e aumenta a velocidade, o carro baloica mais, os barulhos aumentam de tal forma que da a impressao que um agrupamento sem maestro esta a actuar! Eu levanto-me assustada a pensar: entrei no chapa errado! Pergunto ao passageiro da frente sobre a brusca mudanca de rota e ele tranquilo responde-me: estao a fugir da policia...
Por estranho que pareca fiquei mais tranquila... mas continuava um pouco insegura porque estava numa situacao que constituia uma incognita, e porque queria chegar a horas no trabalho e viva. O motorista ganhou pe de chumbo, fez manobras de meter medo ao susto, fez de contas que o vermelho nunca fez parte do semaforo e acredito que na sua imaginacao era perseguido pela policia de transito, ou entao aproveitou mais um momento critico para realizar as suas fantasias de infancia...
Voavamos numa avenida paralela a originalmente prevista, e quando vi que estavamos proximos do meu local de trabalho levantei-me de novo com medo de ir parar ao Benfica ou sei la onde. E novamente a palavra tranquilizadora veio do passageiro a frente, um mais velho que na verdade parecia dividir o cerebro com o chapeiro... Ele disse-me: Ele vai virar por aqui, nesse momento ja estavamos na Ahmed Sekou Toure. Foi entao que suspirei de alivio!
No chapa ninguem teve reacoes escandalosas como as minhas, o cobrador e o motorista nao deram satisfacoes e nem se preocuparam conosco, mas abriram sorrisos...
Talvez se eu tivesse confiado nos seus dentes teria ficado mais calma...

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